O TheraSuit
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História:
O projeto original, conhecido como o “Pingüim Suit", foi desenvolvido em 1971 por médicos do Centro Russo de Aeronáutica e Medicina Espacial para combater os efeitos da eliminação da gravidade no ambiente. Os pesquisadores perceberam que depois que os astronautas retornaram à Terra a partir da estação espacial, eles passavam a ter fraqueza muscular e um alto índice de fraturas. Para combater esses efeitos foi criado o “Pinguim Suit”, que usa uma série de cordas elásticas para resistir a movimentos dos astronautas e imitar os efeitos da gravidade. Depois de trabalhar com esse equipamento, um pesquisador observou que os astronautas que não o usavam demonstraram insegurança postural semelhantemente às crianças com paralisia cerebral. Com algumas alterações o Penguin Suit foi transformado no Adeli Suit em 1992 para ser usado em crianças com paralisia cerebral. O Adeli Suit foi o único recurso desse tipo até 2002, quando ele foi aprimorado pelos fisioterapeutas, Richard e Izabela Koscielny e recebeu o nome de TheraSuitR (patente dos EUA).
O TheraSuitR consiste em um sistema de cordas elásticas ajustáveis que anexa diferentes segmentos e compõe uma espécie de exoesqueleto. Os segmentos consistem de um colete, um short, duas joelheiras, e uma tira para ser anexada nos sapatos. TheraSuitR é construído de um material respirável para criar uma órtese macia e dinâmica.
Quando a técnica é aplicada, com específica e precis colocação dos elásticos, o corpo inteiro é levado para trás sobre os calcanhares em uma melhor posição vertical. O centro de gravidade se move para trás entre os dois pés. Alteração no tônus muscular e uma postura mais relaxada e perpendicular com correto alinhamento das extremidades superior e inferior é imediatamente notada. Com as mudanças posturais o tônus é adequado.
O paciente, com auxílio da veste, recebe informações contínuas de proprioceptores e de alinhamento correto. Desta maneira é possível inibir movimentos reflexos e permanecer em um padrão postural mais próximo do normal, aprendendo ou reaprendendo determinados movimentos. Com este auxílio, o tronco tem maior estabilidade, facilitando a coordenação das extremidades. Além disso, a técnica ajuda a restaurar a função do sistema nervoso com a promoção da estimulação tátil e pressão em todo corpo. É por isso que ela ajuda muito nos problemas de integração sensorial.
O que torna essa técnica única é a habilidade de promover a correção dinâmica, o que significa que o erro pode ocorrer, mas ao mesmo tempo a posição correta ou a movimentação são facilitados. Isso é importante já que nós podemos aprender baseados apenas em nossas próprias experiências.
No início a técnica é usada apenas como um suporte para os músculos fracos. Com o progresso do paciente, os elásticos são tencionados para aumentar a resistência, conduzindo ao ganho de força. O efeito dos elásticos no sistema esquelético é a resistência com força mecânica que eles promovem.
Está documentado que a ossificação, a calcificação e a força dos ossos são possibilitadas através de forças mecânicas aplicadas nos ossos. Estudos de casos mostram que o uso da técnica promove o aumento da densidade óssea e ainda ajuda a diminuir a subluxação do quadril.
Indicações:
- Paralisia Cerebral
- Autismo
- Atrasos de desenvolvimento
- Traumatismo craniano
- Pós AVC
- Traumatismos Raquimedular
- Sindrome de Down
- Ataxia
- Atetose
- Hipotonia
Benefícios:
- Re-aprendizado do sistema nervoso central
- Normaliza o tônus muscular
- Alinha o corpo o mais próximo possível do normal
- Fornece correção dinâmica
- Normaliza (corrige) padrão de marcha
- Proporciona estimulação tátil
- Influência o sistema vestibular
- Melhora o equilíbrio
- Melhora a coordenação
- Diminui os movimentos descontrolados na ataxia e na atetose
- Melhora a consciência corporal e espacial
- Suporta os músculos fracos
- Proporciona resistência aos músculos fortes
- Melhora a produção da fala e da fluência através do controle de cabeça e apoio do tronco
- Promove o desenvolvimento de habilidades motoras, fina e grossa
Fisioterapia Intensiva
Nosso programa de fisioterapia intensiva é realizado tipicamente durante 3 horas por dia, 5 vezes por semana, durante 4 semanas. O foco desse programa está no desenvolvimento motor, fortalecimento, resistência, flexibilidade, equilíbrio e coordenação.
A terapia intensiva é ideal para aqueles que desejam acelerar o progresso no desenvolvimento e das suas habilidades funcionais, já que é constatado que pessoas com desordem neuromuscular precisam de repetições intensas de exercícios para adquirir uma nova habilidade motora. A terapia intensiva oferece à criança a oportunidade de praticar os padrões de movimento correto repetidamente em um ambiente controlado. Esta repetição é necessária para a reeducação neurológica, o que significa que o cérebro está sendo ensinado a usar automaticamente o padrão correto de movimento.
Um dia típico do Programa intensivo consiste no seguinte:
- Aquecimento da musculatura e massagem profunda para começar o alongamento
- Técnicas de integração Sensorial
- Técnicas para a diminuição de padrões patológicos de movimento
- Facilitações para melhorar padrões de movimento ativo adequado
- Alongamento e fortalecimento de grupos musculares específicos responsáveis pelo movimento funcional
- Exercícios de resistência progressiva
- Treino de equilíbrio, de coordenação e de endurance
- Treino de marcha, transferências e atividades funcionais
No último dia de tratamento o paciente recebe um programa de exercícios domiciliares com fotos da criança, bem com quaisquer outras recomendações que possam ser úteis para o progresso do paciente. O paciente deve alternar períodos de fisioterapia regular com os períodos de fisioterapia intensiva. Recomenda-se que o paciente realize 3 a 4 programas de exercícios intensivos por ano.
Para quem quer conhecer mais um pouco sobre o Therasuit, disponibilizo o link: www.prosense.com.br
